Coordenador Pedagógico da área de Língua Inglesa, Técnico ou Maestro?

O cenário da educação no Brasil e no Mundo está em fase de grande questionamento e constantes revisões e estruturação de novos caminhos. Estes caminhos, precisam ser construídos, atendendo a necessidades atuais/futuras, locais e globais ao mesmo tempo.

Fruto da mobilidade profissional e estudantil, o papel da língua inglesa, como código de acesso ao conhecimento se amplia em importância e impacta em vários processos.

Em linha com estas macrotendências, as carreiras dentro dos sistemas educacionais se desenvolvem, se tornam mais complexas e surgem novas possibilidades ocupacionais.

Resultante da crescente importância do ensino de línguas estrangeiras, a ocupação profissional de coordenador da área de Língua Inglesa vem ganhando maior presença dentro do sistema escola. Não só a presença, mas as suas responsabilidades e amplitude de atuação também estão maiores. Especialmente no setor do ensino privado, esta ocupação profissional vem recebendo vários títulos: coordenador de línguas estrangeiras, coordenador de exames internacionais, Head of the International Department, Head Teacher, coordenador do Programa High School, etc. Estes vários títulos refletem as novas trilhas ocupacionais que estão surgindo para quem, na maioria das vezes, saiu da sala de aula oriundo da formação de Letras.

Estas novas demandas estão exigindo destes profissionais novos saberes e habilidades. Para além do domínio técnico do ensino da língua, estes coordenadores estão tendo que lidar com os novos desenhos curriculares dos cursos regulares e extracurriculares, com as várias abordagens para o ensino de línguas estrangeiras,  com a compreensão de diretrizes nacionais e internacionais, com a gestão da comunidade escolar (professores, coordenadores e diretores pedagógicos, alunos, pais, parceiros externos, etc), com o aconselhamento de jovens que querem concorrer a oportunidades de estudo no exterior. Enfim, falar em coordenação de língua estrangeira na atualidade é falar em uma complexa liderança de processos, pessoas e resultados.

Esta liderança tem conteúdos próprios, demandas especificas para sua efetivação e exigências de saberes, de desenvolvimento de recursos internos, de necessidade de estrutura externa e precisa ser pensada, construída e apoiada.

Por ser uma nova “ocupação profissional”, ou uma ocupação com uma nova “roupagem”, somos primeiramente, convidados a uma reflexão sobre a identidade desta nova ocupação profissional?

  • Articulador de programas?
  • Formador do corpo docente?
  • Gestor da aprendizagem?
  • Transformador da comunidade escolar?
  • Ou tudo isto junto e intrincado?

Metaforicamente, a imagem que nos vem em mente quando falamos desta ocupação é a de um maestro, com uma partitura a ser realizada através de vários instrumentos e pessoas. Condução sensível e que ganha cada vez mais importância e relevância nas instituições de ensino.

Fátima F. Sousa Trindade